Meu cartão foi clonado: tenho direito a ressarcimento por parte do banco?

24/05/2023

Nos últimos anos, temos visto um aumento considerável na incidência de clonagem de cartão e golpes relacionados, comumente associados à incerteza das vítimas em relação a como proceder. Nesse contexto, temos recebido muitas perguntas como “Meu cartão foi clonado, tem como receber meu dinheiro de volta?”.

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Por isso, na conversa de hoje falaremos sobre quais são as formas de golpe do cartão de crédito mais comuns, como proceder caso tenha seu cartão clonado, o que a lei diz sobre a responsabilidade dos bancos nos casos de fraudes no cartão e como um advogado pode auxiliar em caso de cartão clonado. Quer saber mais sobre esse tema? Venha conosco!

Meu cartão foi clonado: o que fazer?

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Quando ocorre algum tipo de fraude envolvendo o cartão de crédito, é comum que o consumidor entre em desespero, realizando perguntas como “meu cartão foi clonado, e agora?”. Pensando nisso, preparamos um passo a passo de como proceder nessa situação, confira:

1 – Em caso de fraude, o primeiro passo é ligar imediatamente para o banco emissor do cartão e informar o ocorrido, solicitando o bloqueio ou cancelamento imediato do cartão . Anote o horário, o nome do atendente e o número de protocolo da ligação para se resguardar juridicamente.

2 – Em seguida, analise cada cobrança não reconhecida. Identifique as datas e as lojas para ter certeza de que realmente não realizou as compras em questão. É bastante comum que o consumidor não reconheça alguma cobrança, principalmente se ela for de um e-commerce. 

3 – Registre um boletim de ocorrência detalhado. Nele devem estar especificados todos os gastos que não são de responsabilidade do dono do cartão. O boletim de ocorrência determina que, a partir daquele momento, o indivíduo não responde mais pelo uso do cartão.

Quais são as formas de golpe mais comuns?

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Conhecer as táticas empregadas pelos criminosos é essencial para evitar cair em golpes. Segundo especialistas, as estratégias de golpes se atualizam e acompanham as evoluções tecnológicas. Porém, elas costumam manter um modus operandi similar. Uma das técnicas mais comuns é conhecida como engenharia social. Nela, o golpista utiliza gatilhos mentais e de convencimento para induzir a vítima a cair no golpe. Exemplos incluem sorteios de iPhone, kits de cosméticos grátis e até mesmo fotos do final de semana disponíveis em um link que vem por SMS e WhatsApp, sempre oferecendo vantagens e ganhos irresistíveis – o chamado phishing.

Outro tipo de golpe utilizado pelos estelionatários é copiar o número do cartão e usar em lojas e-commerce que não solicitam autenticação para a compra. No entanto, também há aqueles que fazem a solicitação de um cartão diretamente no banco – e com dados – CPF, renda, endereço -, mas que não são do golpista, ludibriando a instituição emissora e resultando em inadimplência para a pessoa física real.

Meu cartão foi clonado: qual a responsabilidade do banco?

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Os bancos, para a legislação brasileira e para os tribunais superiores, são considerados como fornecedores de serviços, ou seja, eles devem seguir a legislação consumerista (estabelecida pelo CDC – Código de Defesa do Consumidor).

Geralmente, o banco acaba sendo responsabilizado pelo cartão fraudado, pois, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, as instituições financeiras são enquadradas como prestadores de serviços e devem repassar aos seus clientes a confiança e segurança que estes buscam ao contratar seus serviços.

Segundo o CDC, o banco possui responsabilidade objetiva perante os consumidores, de acordo com seu art. 14, caput:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

A responsabilidade objetiva é um tipo de responsabilidade na qual o fornecedor de serviços irá responder perante o consumidor independentemente de qualquer culpa que possua. Para configurar a responsabilidade e seu dever de indenizar basta existir o dano, nexo causal e o ato ilícito.

Meu cartão foi clonado: cabe indenização por danos morais?

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De acordo com a súmula 479 do Superior Tribunal de Justiça (STJ) “As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.”

Contudo, nem sempre ter o cartão clonado irá configurar o dever do banco indenizar o consumidor em danos morais. Isso ocorre porque, na maioria dos casos, o banco resolve imediatamente a situação, inexistindo ofensa à ordem moral de uma pessoa, requisito primordial a uma indenização por danos morais, nesse caso.

Contudo, quando o banco não age imediatamente, cobrando os valores na fatura, não bloqueando o cartão imediatamente, não enviando outro cartão com outra numeração, ou quando inscreve, indevidamente, o cliente em cadastro de inadimplentes, a situação muda completamente. Nesses casos, os tribunais brasileiros já têm decidido que há dano moral, conforme as jurisprudências seguidas em diversos tribunais, como o TJSC e o TJDF.

Meu cartão foi clonado: como o advogado pode ajudar?

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Em caso de fraude de cartão de crédito, tirar suas dúvidas com um advogado especialista em direito bancário SP o quanto antes é essencial para evitar cobranças indevidas.

Este profissional pode não somente lhe orientar sobre a melhor forma de proceder caso seja contatado imediatamente após a constatação de eventuais fraudes, como também poderá pleitear os direitos do consumidor junto ao banco, buscando especialmente a restituição dos valores subtraídos pelos criminosos.

Em caso de negativa de devolução dos valores roubados, o advogado poderá acionar o banco judicialmente a fim de se utilizar da vasta jurisprudência sobre o tema para garantir a devolução das quantias subtraídas e, nos casos cabíveis, também solicitar uma indenização por danos morais a fim de compensar os problemas passados pelo cliente.

Gostou de saber mais sobre o direito a ressarcimento em caso de fraude no cartão? Lembre-se que o apoio jurídico é essencial nessas situações! Possui alguma pergunta sobre esse tema? Tire suas dúvidas com a Fux Associados! Contamos com advogados especializados que poderão resolver todas as suas dúvidas!

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